Quem acompanha o #DiárioSkope no facebook viu que o Magno Barros passou alguns dias em Bali, na Indonésia. A maioria da população balinesa é de religião hindu, com influência budista. Eles são tão religiosos que a ilha passou a ser chamada de Ilha dos Mil Templos. É impossível não comparar as construções balinesas com os famosos pagodes chineses. Além da aparência, as construções têm outra característica bem importante em comum: são, em sua maioria, construídas com madeira.
A técnica se caracteriza principalmente pelo uso de grandes vigas estruturais que fornecem o suporte primário do telhado do edifício. Vigas de madeira, normalmente grandes troncos, são utilizadas como colunas, para suportar cargas, e vigas laterais que emolduram os prédios e sustentam os telhados. Estas vigas e colunas estruturais são exibidas com destaque sempre que economicamente possível.
Na era do aço e do concreto, templos como esses são um lembrete da longa história da madeira como material de construção. Novas técnicas mostram que a madeira pode hoje em dia ser usada para a construção de edifícios ainda mais altos. Alguns deles, inclusive, já foram erguidos em cidades ao redor do mundo.
Templo Hindu com arquitetura marcante pela utilização de vigas de madeira.
A madeira tem muitos atrativos como material de construção, além de suas qualidades estéticas. Um prédio de madeira tem quase um quarto do peso de uma estrutura equivalente em concreto reforçado. A madeira é um material sustentável e um “depósito” natural de CO2. As árvores absorvem o carbono da atmosfera, que fica então armazenado dentro da estrutura do edifício.
O principal desafio em projetar construções com madeira é garantir que elas sejam resistentes. Nos últimos anos, grandes avanços de engenharia têm sido feitos com madeira manufaturada. Um deles é a madeira laminada-colada-cruzada (em inglês Cross Laminated Timber – CLT), feita a partir de camadas de madeira coladas com suas fibras justapostas em ângulos retos. A CLT torna as estruturas muito mais rígidas e já vem sendo aplicada em construções de grande porte.
Atualmente, a maior delas é o Brock Commons Tallwood House. O edifício da moradia estudantil da University of British Columbia, recentemente concluído em Vancouver, tem 18 andares e é considerado um marco na história do desenvolvimento das cidades. Alcançando uma altura de 53 metros, o edifício pode abrigar até 404 alunos e compreende uma mistura de unidades de quartos e estúdios, espaços de estudo e convívio, e um lounge para os estudantes na cobertura.
Brock Commons Tallwood House é o maior arranha-céu de madeira do mundo.
O desenvolvimento tecnológico certamente permite que processos e materiais de construção sejam mais eficientes. Engenheiros têm optado cada vez mais pela construção em madeira, substituindo o concreto e aço, também por causa da crescente conscientização a respeito das questões climáticas.
Vários projetos de construção massiva em madeira já estão em andamento em todo o mundo. Em breve, Vancouver vai ganhar outra construção imponente projetada com estruturas híbridas. O Terrace House, projetado pelo escritório de Shigeru Ban, será mais alto que o Brock Commons e vai ser o próximo projeto intitulado como a construção híbrida em madeira mais alta do mundo. Confira alguns detalhes do projeto do Brock Commons Tallwood House apresentados nesse vídeo:
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